Em qualquer campanha política, a segurança pública é sempre um fator determinante para os candidatos e serve de combustível para discursos e promessas de grupos que estejam na oposição. Este ano, as críticas às falhas das políticas públicas de combate à violência podem rechear os embates com números preocupantes e que não poupam nenhum partido político. Todas as legendas que possuem governadores foram representadas na lista divulgada pela ONG Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, do México, que colocou 16 cidades brasileiras entre as 50 mais violentas do mundo em 2013. O estudo levou em conta o número de homicídios registrados ao longo de um ano e constatou que o Brasil lidera em número de cidades violentas. Maceió ocupa o quinto lugar geral e o primeiro do País, com uma taxa de 79,76 homicídios por 100 mil habitantes. Em sétimo lugar na lista, Fortaleza está em segundo no País, com uma taxa de homicídios de 72,81. A capital da Paraíba, João Pessoa, figura em nono no geral e em terceiro no Brasil, com uma taxa de 66, 92. Já Natal (12º no geral) está em quarto, com 57,62, e Salvador (13º no geral), em quinto no País, com 57,61 homicídios para cada 100 mil habitantes. Completam a lista Vitória, São Luís, Belém, Campina Grande, Goiânia, Cuiabá, Manaus, Recife, Macapá, Belo Horizonte e Aracaju.
O estudo tem tirado o sono das administrações dos Estados que integram a lista. Para tentar escapar das críticas, os governadores lançam mão da velha estratégia de questionar a legitimidade da pesquisa. “Todas as pesquisas são passíveis de erros”, tenta justificar o governador do Ceará, Cid Gomes. Outra tática consiste em dizer que as coisas no passado eram ainda piores. O desconforto generalizado e indisfarçável dos governadores – a quem cabe pela Constituição a responsabilidade pela segurança pública das cidades – decorre principalmente do fato de estarmos em ano eleitoral, que é quando a segurança – ou a falta dela – é sempre levada em consideração pela população na hora de definir o seu candidato. “Em uma campanha, o desgaste de mostrar vítimas de violência e casos de impunidade é sempre ruim. Ainda mais quando feito durante o horário eleitoral. É um tema que sensibiliza e quem tem índices ruins tenta sempre afastar-se do tema”, resume um marqueteiro político, que será o responsável pela campanha em um dos Estados nordestinos incluídos na lista dos mais violentos.