quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ricardo Teixeira e Havelange receberam R$ 45 milhões em subornos


Documentos revelados nesta quarta-feira pela Justiça da Suíça, revelam que cartolas usavam empresas para receber benefícios em troca de acordos comerciais

A Justiça suíça liberou, nesta quarta-feira (11), o dossiê do caso ISL, implicando em suborno o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 65, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96. Ambos receberam subornos da empresa no valor de cerca de R$ 45 milhões (21,9 milhões de francos suíços)...
No decorrer da década de 1990, a ISL foi a principal parceira comercial da Fifa. Um processo judicial instaurado após o pedido de falência da empresa revelou que ela efetuou pagamentos de mais de 160 milhões de francos suíços para cartolas em troca de benefícios comerciais, direitos de televisão e propaganda.
Na ação, que corria em sigilo até o momento, consta que Teixeira foi o principal beneficiário dos subornos, tendo recebido 12,74 milhões de francos suíços através da empresa Sanud, que já havia sido investigada pela CPI do Futebol. Teixeira também aparece como sócio de Havelange na empresa Renford Investments Ltd, que recebeu 5,1 milhões de francos suíços.
Teixeira, que reside atualmente em Miami, não se pronunciou sobre as acusações. Havelange, que fica na Suíça, sede da Fifa, também não se manifestou. Durante a Copa do Mundo de 2010, a dupla fez um acordo com a justiça do país para que seus nomes não fossem revelados para o público durante a investigação. No entanto, nesta quarta os jornais divulgaram o dossiê.
Investigações e queda
Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente da CBF em 12 de março de 2012. O cartola também deixou a presidência do COL (Comitê Organizador Local), da Copa do Mundo de 2014. Denúncias veiculadas pela TV Record mostraram que o patrimônio de Teixeira é incompatível com seu salário na CBF, estimado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil mensais.
As reportagens, que foram ao ar desde junho de 2011, mostraram mansões de Teixeira em Búzios e Intanhangá (RJ) e também na Flórida (Estados Unidos), além de uma fazenda de gado em Piraí (RJ).
A série revela que a riqueza de Teixeira indica possível relação com uma investigação internacional, feita pela TV britânica BBC, que aponta que o cartola teria recebido propinas que somam quase R$ 15 milhões (US$ 9,5 milhões). Os depósitos, 21 no total, ocorreriam desde o início dos anos 90 e viriam da empresa de marketing esportivo ISL, em troca do direito de transmissão dos jogos e dos contratos de patrocínio para as Copas do Mundo.
Ainda segundo a BBC, o dinheiro era depositado na Sanud, empresa sediada no paraíso fiscal de Liechtenstein, na Europa, que é ligada à RLJ, instalada no Rio e que tem como sócio o próprio Teixeira. Há cerca de dez anos, o Congresso abriu duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) envolvendo as empresas em 13 crimes, entre eles lavagem de dinheiro.
Recentemente, Teixeira também foi acusado de pedir propina para votar na Inglaterra como sede da Copa do Mundo de 2018. Ele apoiou a candidatura conjunta de Espanha e Portugal, mas teria proposto uma conversa com David Triesman, chefe da candidatura inglesa, e afirmado a ele que dissesse o que tinha a oferecer por seu voto. O brasileiro negou a acusação e teve sua justificativa aceita pela Fifa.
Do R7

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