quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Cachaça cearense apresenta substância nociva à saúde acima dos níveis aceitáveis


Conclusão faz parte de teste realizado pela Associação de Consumidores (Proteste), que avaliou 10 marcas de aguardentes


A cachaça cearense Ypióca e outras quatro marcas de aguardentes foram reprovadas pela Proteste – Associação de Consumidores. Segundo a avaliação, elas contêm substância nociva à saúde acima dos níveis aceitáveis.
Não passaram no teste, as bebidas Ypióca Prata, Pitú, Salinas, Pedra 90 e 7 Campos de Piracicaba. As cinco marcas apresentaram entre 165µg/l (microgramas por litro) e 755µg/l de carbamato de etila, composto químico classificado como possível agente causador de câncer pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil, o valor aceitável estipulado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é de até 150µg/l. As empresas têm até 2014 para se adequarem à norma. Segundo a Proteste, o limite é o mesmo aplicado por outros países, como Estados Unidos, Canadá, França, República Tcheca e Alemanha.
Adequadas
Entre as bebidas testadas, a Sagatiba foi a que apresentou o menor índice da substância: menos de 50 µg/l. Além desta, foram avaliadas e aprovadas as marcas São Francisco, Seleta, Pirassununga 51 e Velho Barreiro. A Proteste também avaliou o grau de arsênio, cobre e chumbo, metais comuns a essas bebidas. Neste caso, as dez marcas foram bem avaliadas.
Empresas alegam que limite considerado não está em vigor
A Ypióca esclarece que o teor de carbamato de etila de todo o líquido produzido desde a aquisição da empresa pela Diageo, em agosto do ano passado, está abaixo do índice estabelecido pela lei brasileira e que o lote da amostra utilizada para a análise no teste é de março, data anterior a esta adequação. “A Ypióca já adotou as medidas necessárias para atender à legislação que entrará em vigor em 2014″, afirma a assessoria em nota.
Por meio de nota, o responsável pelo processo de produção da cachaça do Grupo Salinas esclarece que o teor de 165µg/l identificado no teste é referente à safra anterior a 2011 e que, desde então, os produtos da empresa já estão de acordo com a legislação, conforme análises feitas em laboratórios acreditados pelo Inmetro.
A empresa Engarrafamento Pitú informou refutar “a conclusão drasticamente adotada pela Proteste” no teste com cachaças. No entanto, afirma que, “apesar da inexistência no Brasil de uma obrigação normativa para obediência ao nível máximo de carbamato de etila em bebidas alcoólicas, a Pitú orgulha-se de teralcançado limites inferiores a 150µg/l em 97,3% de sua produção que é submetida e aprovada em testes qualitativos pelos diversos países para onde vem sendo exportada, principalmente no Canadá, que legalmente estabeleceu o limite em 150µg/l”.
A Industrial Boituva de Bebidas, detentora da marca 7 Campos de Piracicaba, informa que um laudo do Mapa, emitido no fim de abril do ano passado, revela que o produto atende à legislação vigente.
A Industria de Bebidas Paris, detentora da marca Pedra 90, disse ter sido surpreendida pela conclusão do teste, “quando sabemos que, no mundo, somente três países utilizam o limite máximo de 150µg/l: França, Eslováquia e o Canadá”. A empresa ainda ressalta que o Mapa “vem estudando esta questão com bastante responsabilidade no Brasil, (…) e executa a coleta de mais de 500 amostras de cachaça, que serão representativas de nossa verdadeira posição quanto a este problema”.
Com informações do Globo


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